terça-feira, 13 de agosto de 2013

Surdo

No murmúrio do olhar, sossegos 
Deslumbro e encantamento
Palavras na ponta dos dedos
vem a mão feito de vento.
Ouve-se o calor, ouve-se a chuva
Em silêncio, silencio.
São palavras ditas com o olhar
Em sorrisos de leve palma
A magia dos dedos a bailar
Numa conversa quase sem som.
De que nos vale o dom sagrado de falar
Se no silêncio, não soubermos escutar?
E se mostra revoltado este meio
Está na força de viver, viver calado
Traumatizado de um abraço carinhoso
Num peito cheio, de significado.
E se achar o  gestos da mão
Angustia que se solta, que nos toca.
As suas mãos, flexões verbais
Sem embaraços nem compromisso,
Nasciam delas, tão frágil
Mil rostos e um sorriso.
O silêncio intenso e a emoção
De quem fala com a mão cheio de expressão.
E apesar de surdo
Com o coração, 
Nos dizem tudo.


Als

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